Confira a entrevista a seguir – Hidrelétrica Jirau: sustentabilidade e ética como pilares
“Trabalhamos na Hidrelétrica Jirau de forma ética e transparente, promovendo o diálogo
com a comunidade local e adotando ações de sustentabilidade, que são mantidas na fase de
operação plena”, destaca o Gerente de Meio Ambiente e Socioeconomia da Jirau Energia,
Veríssimo Alves dos Santos Neto. De acordo com Veríssimo, estes são os principais pilares da
Empresa que, junto da preservação do ecossistema local e sua biodiversidade natural, bem como
as iniciativas de incentivo à qualidade de vida das comunidades tradicionais, com a sua história e
cultura próprias, traduzem a sustentabilidade que a Jirau Energia carrega em seu DNA desde a
concessão, em 2008. A Usina Hidrelétrica Jirau, localizada no Rio Madeira em Porto Velho (RO),
é a quarta maior hidrelétrica do país e tem potência instalada de 3.750 MW.
A criação e operação de uma usina hidrelétrica traz reflexos em toda a sua área, como
a necessidade de remanejar a população. Como a Hidrelétrica Jirau realizou esse trabalho?
Os nossos projetos englobam o apoio ao desenvolvimento social e econômico da região e
sempre adotamos a transparência e o diálogo com a população que seria impactada pela
operação da usina. Reforçamos a educação ambiental e prezamos pela clareza nas informações,
construímos um processo em conjunto, mantendo abertos canais de diálogo com os
representantes de cada comunidade e entidade envolvida no processo de instalação da
hidrelétrica.
Dessa forma, realizamos o remanejamento da população envolvida pela instalação do
projeto e construímos uma nova cidade com toda a infraestrutura, como saneamento básico,
asfalto, telefonia, instalações de saúde, educação e segurança pública.
Pela forma transparente e ética como o processo foi conduzido, a aceitação foi muito boa.
Inclusive, propusemos a indenização (pela ocupação da área) ou o remanejamento e a escolha
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da maioria foi a segunda opção e a mudança das famílias para. Nova Mutum Paraná foi realizada
em comum acordo e sem conflitos.
Construímos mais de 200 residências só para os reassentados, cada família escolheu seu
endereço e, juntas, escolheram o nome das ruas da nova cidade e até mesmo a sua vizinhança.
Além disso, construímos escolas, unidade básica de saúde e investimos em segurança pública.
Todas as ações foram executadas com apoio e acompanhamento do Ibama e do Ministério
Público.
O projeto urbanístico construído pela Jirau Energia foi entregue em janeiro de 2011 à
administração da Prefeitura Municipal de Porto Velho, com 1.600 casas, que ocupam uma área
total maior que dois milhões de m², com capacidade para até seis mil habitantes.
Quais as ações colocadas em prática para manter a preservação ambiental?
Temos uma grande preocupação com a biodiversidade e a preservação dos recursos
naturais. Por isso, tivemos o cuidado de adquirir uma área de preservação permanente no entorno
do reservatório.
Uma das ações mais importante foi a criação de uma cooperativa de produtores rurais, a
COOPPROJIRAU, que estimula a cadeia produtiva local, incentivando a produção da região até
a industrialização de produtos, como o açaí e a farinha de mandioca.
A COOPPROJIRAU foi fundada no âmbito do Programa de Educação Ambiental, por uma
equipe técnica juntamente com um grupo de produtores rurais locais. Sua missão é promover o
desenvolvimento econômico, social e tecnológico dos cooperados, com foco na sustentabilidade
e no fortalecimento da agricultura familiar. Atua diretamente em projetos de organização e
comercialização de produtos agropecuários, coleta de sementes, produção de mudas, sistemas
agroflorestais, transferência de tecnologia, especialmente em parceria com a Embrapa, e gestão
de agroindústrias de polpa de frutas e farinha de mandioca.
Vale destacar que a parceria com a Embrapa foi essencial para esse trabalho, pois trouxe
a definição das espécies a serem cultivadas e a variedade mínima de espécies a ser plantada em
cada área, garantindo o equilíbrio e a preservação ambiental da região.
Além disso, também contamos com um programa muito robusto de preservação da fauna,
que desenvolvemos em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), responsável pelo Parque Nacional Mapinguari, por meio do Programa Monitora.
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Outras comunidades, como as populações indígenas, foram afetadas?
Não. No entanto, as diretrizes da concessão determinavam que quatro Terras Indígenas
(TI’s) fossem contempladas. A TI mais próxima fica a mais de 100 km de distância da Hidrelétrica
Jirau. Contudo, cumprindo a determinação do licenciamento, a Jirau Energia promoveu diversas
melhorias nessas terras, com a doação de veículos, criação de postos de vigilância e a realização
de programas de capacitação.
Até 2019, foram entregues oito postos de saúde, 20 escolas (com alojamento para os
professores, refeitórios e salas de informática) e módulos de saneamento domiciliar. Dando
sequência, ainda temos outras ações previstas no Projeto Básico Ambiental Indígena.
Como a Hidrelétrica Jirau investe na educação da comunidade e formação de mão de
obra?
A geração de emprego e renda sempre esteve no nosso foco. Assim, oferecemos
incentivos, como cessão de imóveis ou terrenos a empreendedores que queiram se instalar e
investir em Nova Mutum Paraná. Também promovemos a capacitação profissional da população
local e firmamos parceria com o Sesc e o Sebrae, que representam mais oportunidades de
qualificação, e parte dessa mão de obra é absorvida pela cooperativa dos produtores rurais ou
pela Jirau Energia e em atividades terceirizadas.
Por fim, a Jirau Energia preconiza contratação local e atualmente conta com 289 pessoas
em seu quadro de colaboradores, sendo 103 dos estados de Rondônia e do Acre. Como incentivo,
desde 2012 a Jirau Energia, em parceria com o SENAI, promove cursos técnicos de
eletromecânica e eletricista industrial, capacitando jovens aprendizes da região.
Na área da educação, em parceria com a Federação das Indústrias de Rondônia (FIERO),
foi instalada uma escola do SESI em Nova Mutum Paraná, implantamos em parceria com o
Governo do Estado e financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) um centro de ciência e tecnologia para alunos do Colégio Militar de Jaci Paraná, além
de construirmos 14 novas escolas e promovermos reformas para adequar outras escolas
localizadas em diferentes pontos da área de influência da Hidrelétrica Jirau.
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No contexto atual, em meio à pandemia, como a Hidrelétrica Jirau contribui com a
comunidade?
Desde o início da pandemia globalizada, desenvolvemos seis projetos para o combate do
coronavírus, em parceria com o BNDES. Fizemos muitas doações de equipamentos de proteção
individual, insumos e testes para COVID-19 para as instituições de saúde e proteção dos
profissionais que estão na linha de frente.
Adicionalmente, doamos mais de 20 toneladas de cestas básicas com Kit de higiene para
comunidades ribeirinhas, pescadores, indígenas, produtores rurais e comunidades urbanas. Em
parceria com a Associação do Observatório Ambiental, produzimos 30 mil máscaras de tecido e
distribuímos para a comunidade em geral, incluindo escolas, postos de saúde da família e
instituições de segurança pública.