Após sete anos de obras, foi inaugurada hoje (16), em Porto Velho (RO), a Usina Hidrelétrica Jirau, com capacidade para gerar energia suficiente para atender mais de 40 milhões de pessoas. A Usina foi construída com uma quantidade inédita de turbinas movimentadas a fio d’água, ou seja, com a força do curso da água do rio Madeira. Participaram da solenidade de inauguração o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o presidente do Conselho do Grupo ENGIE, Gerárd Mestrallet, o presidente da ENGIE Brasil, Maurício Bähr, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, o presidente da Eletrosul, Marcio Zimmermann, o presidente da Eletrobras Chesf, José Carlos de Miranda Farias, o CEO da Mitsui, Tatsuo Yasunaga, e o presidente da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), Victor Paranhos, entre outros. A ESBR é a empresa responsável pela construção, operação e venda da energia produzida na UHE Jirau.
Em seu discurso, o ministro Fernando Coelho Filho lembrou a importância da nova Usina para a ampliação da oferta de energia elétrica e sua contribuição para o barateamento da tarifa para o consumidor brasileiro. O ministro reforçou a importância de Jirau para a consolidação da nova usina binacional BrasilBolívia, que está em negociação com os governos dos dois países. Segundo ele, o conhecimento acumulado a partir da construção de Jirau, a principal usina com turbinas acionadas pelo curso da água do rio (fio d’água), será utilizado na usina binacional cujas obras estão previstas para serem iniciadas em 2018. Os estudos para o novo projeto estão sendo elaborados pela Eletrobras e ENDE, a estatal boliviana de energia. Esta será a terceira usina hidrelétrica do rio Madeira.
O presidente da ESBR ressaltou que a construção de Jirau contou com a participação de 25 mil trabalhadores, movimentou 22 milhões metros cúbicos de terra, três milhões de metros cúbicos de concreto, além de toneladas de aço, ferro e máquinas. Victor Paranhos destacou que a obra de Jirau foi cercada de desafios. “O primeiro e talvez o mais importante dos desafios foi a mudança no eixo de barramento da usina, a nove quilômetros rio Madeira abaixo”, afirmou. Segundo ele, a essa decisão permitiu a otimização do projeto, com menor impacto ambiental, e uma economia repassada para a tarifa ao consumidor. “Uma proposta que marca o setor elétrico brasileiro pela ousadia”, disse.
O projeto de Jirau envolveu a execução de 34 programas socioambientais e a construção de Nova Mutum-Paraná para reassentar os moradores das áreas afetadas pelas águas represadas do Madeira e trabalhadores da obra. Paranhos salientou que a nova cidade possui infraestrutura completa – ruas asfaltadas, escolas de ensino fundamental e médio, creche, posto de saúde, internet, áreas de lazer, paisagismo, clube, hotel, centro comercial.