Os níveis de mercúrio encontrados são compatíveis com a região amazônica
Consultores da Energia Sustentável do Brasil, concessionária da Usina Hidrelétrica Jirau, dão continuidade aos estudos de análise dos níveis do mercúrio no rio Madeira. O resultado dos três dias de coleta realizado, nesta semana, no canteiro de obras e na Bacia de Mutum-Paraná comprova que não há risco de contaminação ocupacional dos colaboradores do empreendimento, conforme já havia sido indicado nas campanhas anteriores. Esta é a terceira ação de campo, coordenado pelo doutor Luiz Fabrício Zara, da Universidade de Brasília (UnB), que está à frente dos estudos desde agosto de 2008.
Para chegar a esta conclusão, a equipe fez visita técnica e caracterização ambiental das Áreas de Influência Direta e de Influência Indireta do canteiro de obras. Depois, coletaram amostras de interesse ambiental (água superficial, sedimento de fundo, material de vedação e material das pedreiras) e encaminharam para dois centros de referência em análise de mercúrio. Um deles é o Instituto de Química da Universidade do Estado de São Paulo – IQAra/UNESP, coordenado pelo Dr. Julio César Rocha e Ademir dos Santos; e o outro, o Laboratório de Química Ambiental da Universidade de Campinas – UNICAMP, coordenado pelo Dr. Wilson Figueiredo Jardim.
“Desde o início nossa equipe acreditou que não haveria este foco de contaminação devido às características do rio Madeira. As análises dos níveis de mercúrio realizadas nos últimos meses possibilitam descartar a hipótese de lama tóxica no canteiro de obras da Usina Jirau”, afirma o coordenador da pesquisa, Luiz Zara. Os resultados dos níveis de mercúrio nas amostras ambientais observadas nas campanhas na área do canteiro de obra de Jirau indicam valores compatíveis com a região amazônica.
Outro diferencial nas campanhas de coleta das amostras é a utilização de equipamentos para pesquisar as características da água. Um deles é a sonda multiparâmetros que quantifica em tempo real os níveis de oxigênio dissolvido, condutividade, sólidos dissolvidos total, pH, temperatura, entre outros. “As características da água influenciam diretamente no ciclo regional hidrobiogeoquímico do mercúrio, por isso a grande importância de um monitoramento periódico das condições ambientais”, esclarece.
A análise de mercúrio foi realizada em amostras de água, sedimentos e peixes, como orienta as condicionantes específicas da Licença de Instalação, que tratam do acompanhamento das escavações na área do canteiro de obras e na bacia do Mutum-Paraná, solicitado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Além dos estudos de monitoramento dos níveis de mercúrio em Jirau, a Energia Sustentável do Brasil elaborou em parceria com as equipes de segurança do trabalho da Leme Engenharia (gerenciadora da UHE Jirau) e de controle ambiental da Camargo Correa (construtora da UHE Jirau), o Plano Emergencial de Tratamento de Resíduos Contendo Mercúrio.