Técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), estiveram na Usina Hidrelétrica Jirau no dia 15 deste mês, para acompanhar e fiscalizar um segundo teste de auto restabelecimento da Usina, denominado Black Start. O teste consiste em restabelecer o funcionamento da Usina, em casos de desligamentos completos (blackout), sem necessidade de alimentação externa. O primeiro foi realizado em fevereiro deste ano.
O resultado foi aprovado com sucesso após seguir rotina definida pelo ONS. No teste, todas as unidades geradoras (UGs) da margem direita foram completamente desconectadas, desligando a alimentação externa dos serviços auxiliares, para simular um apagão. A partir daí, o grupo diesel de emergência partiu automaticamente, o que proporcionou a entrada em operação da primeira UG em apenas seis minutos. E logo em seguida, passou a alimentar todos os serviços auxiliares da Usina, dando condições para que as demais 12 UGs fossem sincronizadas, possibilitando a energização da linha de transmissão que vai da Usina até a Subestação Coletora de Porto Velho. Foram 47 minutos para o retorno das 13 turbinas e o sincronismo das mesmas ao Sistema Interligado Nacional. “É importante ressaltar que o contrato de concessão da UHE Jirau, não contava com a prestação de serviço de auto restabelecimento. Em casos de blackout, a Usina ficaria na retaguarda (no jargão utilizado pelo setor elétrico, condição n-2), aguardando o recebimento de tensão do sistema para retomar o funcionamento de suas unidades geradoras”, explica Isac Teixeira, diretor de Operação da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária de Jirau.
A solicitação do teste Black Start partiu do próprio ONS, que teve como objetivo, o auto restabelecimento e normalização do sistema Acre/Rondônia, em caso de blackout. E foi uma ação inédita no Brasil, uma vez que o maior número alcançado até então nesse tipo de teste, foi de apenas seis unidades geradores, enquanto na UHE Jirau, o mesmo foi realizado com 13 UGs.